domingo, 14 de abril de 2024

 

Quando Será?

 

“Mas a respeito daquele dia e hora ninguém sabe, nem os anjos dos céus, nem o Filho, senão somente o Pai.” – Mateus, cap. 24 – v 36

 

Anunciam, desde muito, acontecimentos para a transformação da Humanidade, quando, então, a Terra deixará de ser Mundo de Provas e Expiações passando a Mundo de Regeneração.

Todos, sem dúvida, anelamos por este momento, e aqui, deste Outro Lado da Vida, igualmente, permanecemos na expectativa de que assim aconteça.

Todavia, quando nos fala sobre A Parábola da Figueira, Jesus esclarece, metaforicamente, que o “dia do dilúvio” não é conhecido pelos anjos dos céus e nem por Ele, mas somente pelo Pai...

Realmente, os acontecimentos que todos aguardamos para que a Terra venha a ser um mundo melhor, acontecimentos de ordem interior e exterior, patrocinados por um sofrimento de ordem coletiva, hão de ser desencadeados pelo livre arbítrio dos próprios homens.

As Leis Divinas, sensíveis às ações humanas, agem, ou reagem, segundo sejam motivadas, no espaço e no tempo.

A Natureza, por exemplo, vem reagindo de acordo com o tratamento que recebe dos que se encontram encarnados, que, em essência, são diretamente responsáveis pelo chamado “aquecimento global” e suas mais diversas consequências.

A guerra que, por vezes assola os países, é decidida por aqueles que a decretam, empunhando as armas.

Todos os dias, os homens, encarnados e desencarnados, em íntima associação psíquica, em seu favor ou desfavor, influenciam na aplicação das Leis Divinas – obviamente, tudo acontece pela Vontade do Criador, que do mal sempre faz nascer o bem, pois que somos predestinados à Luz.

O homem jamais logrará confrontar as Leis da Criação, opondo-se de maneira absoluta ao seu cumprimento.

O grande rio, no que pesem os obstáculos com os quais se defronta em sua trajetória, termina por se despejar no mar, fertilizando as glebas por onde, muitas vezes, é constrangido a correr.

Com os homens, sem homens e apesar dos homens, a Lei de Deus sempre se cumprirá, fazendo de seus próprios infratores os agentes de sua Justiça.

Assim, o tão aguardado Mundo de Regeneração dependerá das ações humanas, que poderão apressá-lo ou adiá-lo, sem que, podendo interferir diretamente para tanto, os anjos dos céus e o Filho não saibam dizer quando há de chegar.

Preferimos, pessoalmente, acreditar que, de uma maneira ou outra, todos estamos “trabalhando” para que o “dilúvio” moral que se espera venha a sanear a Humanidade, fazendo com que a Terra se eleve na hierarquia dos mundos, embora sem data marcada para ocorrer, um dia, se torne realidade.

Os vaticínios que são feitos a respeito concorrem para tanto, mas apenas no sentido de que alguns espíritos despertem para a responsabilidade que lhes cabe nesta hora de transição, tomando consciência da influência que, inegavelmente, pode ser exercida para que a transformação se antecipe quanto possível.

Neste aspecto, vejamos o quanto o livre arbítrio da criatura é respeitado pelo Criador, que a tendo criado para a perfeição, deseja, no entanto, que ela mesma venha a se fazer o seu artífice.

Em “O Livro dos Espíritos”, eles, os Espíritos da Codificação, nos esclarecem que somos, em conjunto, os “agentes” das Leis que agem, ou reagem, tanto sobre o mundo físico quanto sobre o mundo moral.

Não é o homem que poluindo os rios e os mares, destruindo as florestas e envenenando o ar, que se tem feito o responsável direto pelo desequilíbrio do ecossistema que se percebe ocorrer em todas as regiões do planeta?!

Esse desequilíbrio não vem trazendo consequências na atmosfera e no clima, desertificando terras antes férteis, e promovendo o degelo da Antártida, a ponto de lá, no imenso território gelado, já estarem nascendo flores?!

As ações humanas, somadas, é que determinarão quando, por fim, a Terra há de ser um mundo melhor, ou não, porque, pela sua livre escolha, pode também ocorrer que uma generalizada guerra de destruição a venha mergulhar no caos, com o trabalho da evolução tendo que ser recomeçado.

Disse Einstein, quando indagado, que não sabia dizer como seria uma Terceira Guerra Mundial, mas que, com certeza, a Quarta haveria de ser com paus e pedras.

 

INÁCIO FERREIRA

Uberaba – MG, 7 de Abril de 2024.

 

 

 

 

 

domingo, 7 de abril de 2024

Do Que o Mundo Precisa

 

 Do que o mundo mais precisa,

Além de muita oração?!...

Sinceramente, acredito

Que seja de homens de ação!...

 

Inácio Ferreira

Uberaba - MG, 7 de Abril de 2024 

domingo, 31 de março de 2024

 

Espíritas em Prova

 

A hora de transição que o orbe terrestre vem atravessando, alcança a todos os espíritos que nele se encontram encarnados, e também desencarnados.

Não pensem que somente vocês, nossos irmãos encarnados, estejam sendo postos à prova em seus valores espirituais, a fim de ver se a casa está sendo construída alicerçada na rocha, ou sobre terreno movediço...

Temos constatado, com certo pesar, a queda de muitos companheiros de Doutrina que, infelizmente, vêm cedendo ao dinheiro fácil, à vaidade, ao personalismo, com muitos, inclusive, se considerando ex-espíritas, ou ex-médiuns.

São muitos, amigos queridos de nossa fé, que estão, sim, deixando a sua condição de médiuns, sucumbindo, talvez, pela necessidade de angariar o pão de cada dia.

Outros, conforme referido por nós em diversas oportunidades, transfiguraram-se, ou estão se transfigurando, em oradores motivacionais, fugindo da ribalta dos Centros Espíritas, com as suas preciosas preleções doutrinárias, para o palco dos Congressos pagos, nos quais muitos se apresentam quase na condição de showman’s, sendo os mais requisitados os que mais conseguem arrancar sorrisos e aplausos da plateia.

Compreendemos a luta pela sobrevivência de muitos de nossos irmãos na Terra, mormente daqueles que abraçaram, igualmente, enormes responsabilidades familiares.

Contudo, seria de bom alvitre que muitos repensassem as suas decisões, não olvidando que, de fato, logo haverão de estar deste Outro Lado da Vida, chorando, amargamente, a deserção aos deveres para com a Doutrina que prometeram servir.

 

INÁCIO FERREIRA

Uberaba – MG, 29 de Março de 2024.

 

 

domingo, 24 de março de 2024

 

Rápido Diálogo

 

Há pouco, tive oportunidade de estabelecer rápido diálogo com um amigo que se encontrava em visita a um de seus familiares internado no “Hospital dos Médiuns”.

 

- Dr. Inácio, o senhor que, segundo sei, está sempre em contato com os nossos irmãos encarnados tem notícias atuais do Movimento Espírita na Terra?!... Ele estará indo bem?!...

- Sim – respondi –, graças a Deus, a Doutrina sempre está muito bem, desde a Codificação, no que pese as tentativas de desviá-la de suas finalidades... O que não está indo muito bem são os nossos confrades, os espíritas...

- Não?!...

- Com exceções, não, não estão indo bem, porque, infelizmente, não é mesmo fácil abdicarmos do “homem velho”... Desde a desencarnação de Chico Xavier, em 2002, o Movimento, desculpe-me a franqueza, transformou-se numa farra... Muita gente andou e anda botando as mangas de fora... Personalismo, vaidade pessoal, ambição de não sei o quê, enfim, gente, conforme se diz na gíria, querendo aparecer de todo jeito e qualidade

- Não me diz uma coisa dessas...

- Já está dito, meu amigo... Certo pessoal anda pintando e bordando, parecendo até que estão sapateando em cima do caixão do nosso Chico... Esperaram o homem morrer para cometer absurdos, comprometendo a Doutrina perante a opinião pública... A Doutrina é inatacável, mas os inimigos gratuitos fazem questão de misturar tudo, espíritas com Espiritismo, e, sendo assim, o bicho está pegando...

- Verdade?!... Por que o senhor e tantos outros, desencarnados e encarnados, não fazem alguma coisa?!... Precisamos defender a Doutrina, que é o nosso patrimônio maior...

- Desculpe-me, mas eu perguntaria a você, que sei, quando encarnado, era nosso confrade: o que você fez para defender a Doutrina, o nosso “patrimônio maior”... Até onde sei, você apenas se limitava a ir tomar passes de vez em quando, de vez em quando participando de uma reunião mediúnica... Você sempre esperava que alguma coisa fosse feita pelos outros, não é?!... Não estou fazendo nenhuma acusação, estamos apenas conversando, mas você, mais uma vez, está jogando a responsabilidade sobre alheios ombros...

- Doutor, eu não sabia escrever como muitos sabem, nunca foi bom com as palavras...

- Isto não é desculpa, meu caro, porque assinar o seu nome você sabia e, ao que também sei, não se furtava a dar opinião sobre política, e outros assuntos do terra-a-terra...

- Eu não queria me incompatibilizar com os companheiros de Ideal... O senhor sabe...

- Eu não sei nada... Sei que você e tantos outros foram e têm sido omissos, indiferentes, sempre em cima do muro, não querendo dar a cara a tapa, fazendo aquela chamada política da boa vizinhança e...

- O senhor é muito franco...

- Não, sou Ferreira, Inácio Ferreira... E, afinal, eu não o procurei para absolutamente nada – você é que, vindo visitar um parente, me interpelou, e não hesitou em me fazer certas cobranças...

- Mas, o senhor há de convir que, com esse seu jeito, tem feito muitos inimigos, criado muitas arestas... Não desconheço, por exemplo, que tem gente que, na Terra, já incinerou as suas obras mediúnicas...

- E daí?!... Qual é o problema?!... Meu caro, eu não vivo com a consciência alheia – eu vivo é com a minha própria consciência... Não vivo para agradar aos homens, mas, sim, a Deus... Se, para agradar a Deus, eu tiver que desagradar aos homens, como neste momento, estou desagradando a você, eu desagrado – desagrado com muito agrado...

- O senhor tem razão...

- Também não quero estar com a razão, não!... Não quero estar com a razão, não quero ser dono da Verdade, não faço questão de que o meu ponto de vista prevaleça... Eu não ando atrás de elogios, não, meu caro – detesto elogios! Também não gosto de críticas, confesso, mas as prefiro aos elogios...

- Eu vou ver como está o meu parente...

- Esteja à vontade... – respondi. – Mas, não se esqueça de que quase todos os que se encontram internados aqui sempre viveram à vontade!...